Já das naus os segundos argonautas,
Onde pela floresta se deixavam
Andar as belas deusas, como incautas
Algüas doces cítaras tocavam,
Algüas harpas e sonoras flautas;
Outras, cos arcos de ouro, se fingiam
Seguir os animais que não seguiam."
Após a leitura de um comentário ao episódio Ilha dos Amores em "Os Lusíadas" de Luís de Camões, por Jorge de Sena, com o objectivo de uma produção escrita para Português 12º Ano, revi a importância de partilhar o que temos de tão nosso, de tão Lusitano.
Com a análise realizada, Jorge Serra visa, embora muito sucintamente, descrever o episódio da Ilha dos Amores em “Os Lusíadas” através do qual Luís de Camões destaca a recompensa dada aos navegadores Lusitanos pelos seus sacrifícios e feitos ilustres. Assim sendo e como forma de reconhecimento, Vénus em conjunto com Cupido, ao presenciarem a coragem e sucesso dos heróis lusos, recompensa-os no seu regresso a casa com a criação de uma ilha paradisíaca onde abunda o Amor, no sentido profundo da palavra. No que concerne à explicitação argumentada de Sena, é neste espaço de acontecimentos que se dá a “transfiguração mítica dos heróis, que na ilha e pela ilha se opera”, o que nos remete para que, até à data se tratavam de meros navegadores e que após a passagem pela ilha onde foram enaltecidos, se tornaram heróis. Desta forma, este reduzido espaço de terra firme rodeada por água é tido como um local divino, - “ A Ilha é uma catarse total”, onde a purificação se obtém através daquilo que Luís de Camões mais apreciava, o Amor. Em suma, e consolidando tanto as ideias idiossincráticas do eu lírico como de Jorge Sena, devemos ultrapassar todos obstáculos que nos são impostos pela lei da vida, para que, no final, sejamos recompensados com bênção do Amor. JF, In Homework
