enjoy the silence
Em contexto de sala de aula, foi iniciado um assunto que por sinal, se distancia um pouco daquilo que o programa de 12º Ano de Física A engloba, mas que de certo modo influenciou o meu raciocínio durante o resto do dia, trata-se do Silêncio. No sentido pragmático do conceito, refere-se ao ínfimo instante em que a ausência de ondas sonoras audíveis se enaltece, porém, na significação profunda espelha-se como símbolo do nosso espaço e quietação, embora arduamente passível de ser obtida. Ainda que possa relevar uma diminuta parte da minha insanidade, devo explicitamente dizer que nos falta ouvir o culminar do ruído, seja numa relação amorosa, num quotidiano familiar ou com o nosso interior, é essencial a partilha e o respeito do/pelo silêncio de cada um. O que ocorre em enumeras ocasiões é a invasão incessante aos dois aspectos referidos anteriormente, tentando assim, "tapar" o silêncio de um modo pouco ortodoxo com uso palavras e expressões que nem sempre (na verdade, quase nunca) se adaptam ao momento, e que no final inclusivamente magoa o próximo. Do mesmo modo, John Milton Cage (compositor, poeta e teórico musical) exprimiu, embora de uma forma muito mais abrangente do que uma insignificante mensagem num blogue, a sua mensagem sobre o silêncio através da famosa peça - "4.33" que consiste numa obra musical de 4 minutos e 33 segundos sem uma única nota. Em suma, é de igual relevância salientar, a dificuldade inerente ao ser humano de não produzir qualquer tipo de ruído e barulho, alguns até já estão de tal modo interiorizados que nos "esquecemos" deles.
"Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade." Paul Valéry
-


