18.01.2012




Depois de um dia desgastante de aulas, percorri o caminho de retorno a casa sob uma tarde de inverno em estado pleno, acompanhado a cada passo pelas as árvores repletas de nada, e a habitual poluição sonora da invicta cidade. Tentava abstrair-me de tudo, sentir somente a ponta gélida do meu nariz que contrastava com o calor inerente a um casaco de neve preto, ansiava andar sem rumo. Precisava perder-me, no meio de algo inconstante, que me suscita-se vontade de correr, percorrer, e descansar... Porém, o caminho para casa interiorizou-se de tal modo no meu subconsciente que mesmo que intencionalmente não quisesse, veria a linha de comboio ao longe e a felicidade de minha mãe da janela, pronta a receber-me como pela primeira vez. Enfim, vamos aprendendo a rotina...

"Quando eu era criança, 
Minha mãe descansava sobre a superfície do Outono
Como um anjo ferido". José Rui Teixeira

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