03.03.2013



Falo de Março, tentando remediar algo que não surge por vontade intrínseca, mas pela esperança concebida do que foi anteriormente dito. Escondo a minha melancolia depressiva atrás daquilo que penso ser o [meu] mês, fomentando a percepção irreal que, de facto, possuo algo...  Março entoa-me o murmúrio de que coisa nenhuma me pertence, percepciona-me o olhar sobre o dorso dos cavalos, e torna no sentido adverso a minha loucura [quase] redimida em conformidade com o quotidiano. Ainda que retornando a lugares comuns de antigamente, devo admitir que em Março me agrada compulsivamente o singular detalhe, o sinal na face que desmistifica o tempo, a relação efémera entre o chão e a parede que se gasta com os sinos e o toque que me dá o mundo.

Falava-te de Março...